Assim como as bibliotecas são espaços que reúnem uma coleção de livros, as xilotecas existem para preservar e catalogar diferentes tipos de madeira. Do grego xýlon, que significa “madeira”, mais theke, que quer dizer “caixa” ou “coleção”, a xiloteca é um acervo botânico composto por diversas amostras de madeira, com informações e imagens sobre as espécies.
Entre as principais funções de uma xiloteca está a conservação da flora e da biodiversidade de um local. A partir dos dados armazenados em uma xiloteca, é possível conhecer mais sobre o valor científico e econômico de uma variedade de tipos de madeiras existentes, o que contribui para o estudo de suas propriedades físicas e mecânicas, durabilidade e outras características anatômicas, como fibra, aroma, coloração, resistência e densidade.
Os exemplares de uma xiloteca são formados por amostras de madeira que seguem tamanhos específicos, além de terminologias determinadas pelo comitê internacional da Associação Internacional de Anatomistas da Madeira (IAWA). Também é muito comum que esses acervos de tipos de madeira disponham de um banco de fotografias das amostras em alta resolução.
Em uma xiloteca, cada amostra de madeira recebe uma numeração, que corresponde a todo um conjunto de informações sobre aquela espécie. Por meio dessa numeração, somos capazes de acessar todos os dados de coleta, local, características da planta e do habitat, além das particularidades de cada lenho.
A coleção de uma xiloteca pode conter amostras em diferentes formas de conservação, como bloco, tronco ou ainda preparações histológicas (lâminas) para visualização ao microscópio. A coleção de lâminas é armazenada em laminários.
Para simular o espaço das bibliotecas, as amostras das xilotecas de antigamente eram parecidas com pequenos livros. Ainda que essa dinâmica de conservação tenha evoluído, nos espaços das xilotecas também podemos encontrar discos de troncos de árvores, com idades variadas.
Com mais de 19 mil amostras de madeiras brasileiras e estrangeiras e cerca de 15 mil lâminas histológicas, a Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da capital paulista, é a mais importante do estado de São Paulo e a maior do Brasil.
Fundada em 1930, a Xiloteca do IPT tem como objetivo fornecer padrões para identificação pela anatomia do lenho, atendendo, assim, a diferentes setores de produtos florestais, como a construção civil, mobiliário e outros segmentos econômicos e culturais que trabalham com a madeira. O seu acervo também tem sido consultado para trabalhos tecnológicos e científicos do próprio IPT e de outras instituições de pesquisa do país e do mundo.
Na Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, o processo para descobrir a espécie de um tipo de madeira passa por uma cuidadosa análise microscópica, a comparação com a coleção de quase 15 mil lâminas histológicas existentes e a consulta a bancos de dados eletrônicos elaborados no IPT ou em entidades estrangeiras.
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